COMO É A VIDA NO ÚTERO MATERNO

yoga no feminino susana lopes

Sabemos que a forma como tratamos os nossos recém nascidos, bebés e crianças terá um impacto mais tarde nas suas vidas, na forma como eles se desenvolvem física, emocional e intelectualmente.

Também sabemos que os pais e familiares mais próximos são a chave para o comportamento em contexto social.

Actualmente, pesquisas ciêntificas mostram que bebés em gestação são tão vulneráveis ao ambiente em que se encontram dentro do útero, como fora do mesmo.


Os bebés em gestação são seres conscientes e sensíveis. Não se sabe exatamente onde começa esta consciência, no entanto há pesquisas incríveis neste âmbito feitas no Japão pelo Dr. Akira Ikegawa, um das pioneiras na pesquisa sobre "Memória Pré-Natal", o que é um avanço.

Desde os 3 e 4 anos de idade que os bebés recordam diferentes memórias desde o seu momento de conceção até à gravidez, e de acordo com a definição disponibilizada pela Associação de Educação de Memória Pré-Natal (PREEMA), no Japão, existem nove categorias diferentes de "Memória Pré-Natal".

9 Categorias de "Memórias no Útero e mais além":
1. Memória Pré-Natal – Memória de Embrião até ao Nascimento
2. Memória de Nascimento – Memória no Nascimento
3. Memória de Recém-Nascido / Bebé / Criança – Memória desde o nascimento até à idade criança
4. Memória de Conceção – Memória que inclui todas as variações, como testemunhar o ato sexual dos pais, perceção da viagem do esperma e/ou memória do óvulo, memórias de fertilização in vitro (IVF). 5. Memória de Esperma – Memória como espermatezoide
6. Memória de Óvulo – Memória como óvulo
7. Memórias Entre Vidas – Memória do fim da vida anterior à fertelização
8. Memória de Vidas Passadas – Memória como outra pessoa que viveu no passado
9. Memória Duplicada – Qualquer combinação de memórias de #1 a #8

FONTE: PREEMA curso básico" livro de texto-Capítulo 2, (1) O que é uma Memória Pré-Natal? Página #20.

É importante referir que as memórias que estes bebés trazem são corroboradas pelos seus pais, como situações que acontecem durante a conceção, gravidez ou trabalho de parto, que nunca foram mencionadas aos seus bebés.

Yuko Igarashi, fundadora do Projeto Global de Memória Pré-Natal afirma que "pesquisas recentes mostram que os bebés se lembram de todas as suas memórias no útero como informação contida na forma de "Luz" (partículas elementares) e a gravam. No útero, os cinco sentidos não estão totalmente desenvolvidos. Os bebés lembram-se desta informação na forma de um todo e não conseguem diferenciá-la em cinco sentidos, como os adultos a reconhecem. Depois do bebé nascer, vários sensores passam pelo seu corpo, e acredita-se que a informação dos 5 sentidos fica associada às memórias que tiveram no útero, reescrevendo-as. É assim que o bebé consegue reconhecer a voz do pai ou a imagem do pai associada à perceção que o bebé teve no útero."

Sabemos que o ambiente físico, emocional e mental da mãe irá influenciar o desenvolvimento do bebé, e também a forma como a mãe perceciona o ambiente em que se encontra desempenha um grande papel no desenvolvimento do bebé. A reação da mãe introduz o bebé ao mundo exterior, o bebé está a perceber para o que deve estar preparado através dos sinais internos da mãe. A ciência da epigenética pode agora confirmar que não somos simplesmente vítimas do nosso histórico genético, e os genes não são ativados aleatoriamente, pois são ativados ou desativados por um gatilho ambiental. Esse gatilho pode ser nutrição, uma toxina, um impacto emocional bom ou mau, ou stress. Para além do mais, este impacto ambiental pode dar origem à modificação definitiva de um gene!

O geneticista Bruce Lipton afirma:
“A ativação dos programas dos genes é controlada pela atmosfera do ambiente. Mais precisamente pela perceção que o organismo tem desta atmosfera… Emoções maternas como ansiedade ou raiva ou, pelo contrário, amor e esperança influenciam bioquimicamente a seleção e a reescrita do código genético da criança no útero com consequências evolucionárias muito profundas em gerações futuras. Os futuros pais são verdadeiros ‘engenheiros genéticos’. É urgente, para os mesmos, que sejam informados.”

A transmissão inconsciente de antigos padrões pela genealogia é estudada pela psicogenealogia. Acidentes, falhas, doenças, emoções não processadas podem ser constantemente repetidas ao longo da história familiar de várias gerações. Para se libertar, a si e às próximas gerações destas situações repetitivas, a mãe tem de se autoavaliar porque o seu bebé merece o melhor começo de vida.

Conseguimos agora entender o quão importante é a maneira como a mãe toma conta de si durante a gravidez fisicamente bem como a nivel emocional, as experiências e sentimentos da mãe também estão a influenciar o desenvolvimento psicológico do bebé.

Durante a gravidez, o bebé sabe se é amado ou não através do sistema endócrino e das hormonas da mãe, que afetam a bioquímica do bebé e criam os mesmos sentimentos que a mãe. Um bebé em gestação precisa de se sentir conectado, aceite e amado. Os pais podem ajudar criando uma ligação desde a conceção e fazendo-a crescer ao longo da gravidez, comunicando e aceitando a sensibilidade do seu bebé desde o início da gravidez. Uma boa conexão ou ligação só é possível se os pais se sentiram também conectados no seu próprio passado ou se forem capazes de se reprogramar psicologicamente neutralizando os impactos negativos da sua falta de conexão. Deve ligar-se e falar com o seu bebé como um ser humano normal, dando-lhe a entender que é amado.

Tudo isto irá definir as bases para a autoestima do bebé como seja o seu amor próprio, conexão e confiança ou desconfiança, as suas crenças, atitudes, mecanismos de defesa e até mesmo problemas em futuros relacionamentos.

Barbara Findeisen, membro fundador da APPPAH – Associação de Psicologia e Saúde Pré e Perinatal, diz: “Há algo maravilhoso nas pessoas que têm uma conexão original e intacta com elas mesmas, devido a uma ligação própria e uma boa esperiência no útero e no parto. Têm uma confiança de nivel superior na vida. Quando há uma crise, voltam ao senso de identidade e à confiança no universo. O seu contexto é confiança e amor.”

Ao longo de 4 décadas foram realizadas pesquisas científicas no âmbito da psicologia pré e perinatal, mostrando a tremenda importância da gravidez e dos primeiros anos de vida do bebé, que terão efeito mais tarde tanto a nivel físico como psicológico. Por exemplo hormonas de stress criadas pela mãe podem perturbar o desenvolvimento de orgãos do bebé estando este dentro do útero e podem ter consequências a longo prazo na saúde física do bebé, depois do nascimento.

Esta informação coloca uma tremenda responsabilidade nos pais, no entanto isto pode ser visto como uma grande oportunidade de influenciar e dar ao bebé oacarinhar e partilhar pensamentos positivos e sentimentos com o seu bebé, inspirando o novo universo dentro dela. Inspirando os seus sentimentos. Deviamos ser capazes de juntar boas equipas de apoio que podem ajudar a mãe a lidar com o stress e conflitos, reduzindo-os ao máximo.

A parentalidade começa antes da conceção, posto isto educar os pais acerca da sua grande responsabilidade de conceber, gerar, dar à luz e educar um filho é um passo na direção certa, é o que se deve às gerações futuras.

Quem sou eu?
Olá! Eu sou Susana, sou professora de yoga e educadora pré-natal. No meu dia a dia, se não estou com meus 3 filhos, eu ajudo e dou apoio às necessidades das mulheres, mães e dos seus bebés. Sou a fundadora do Programa Yoga para Mulheres, Yoga para Grávidas e Pós-parto e Yoga para Toda a Família, Yoga para a Ansiedade, autora do livro Yoga e Maternidade, e Presidente da Associação Norueguesa de Educação Prénatal. Tenho mais de quinze anos de experiência como professora de yoga e hoje orgulho-me de ter ajudado centenas de mulheres um pouco por todo o mundo.